Inocente VS Playboy - Capitulo 4
4º
Bill via-se obrigado a trabalhar nas limpezas junto com o pessoal empregado na Universidade, sentia-se cada vez mais enraivecido mas, por agora, teria que suportar; naquele final de tarde ele limpava o chão da sala de convívio e subitamente reparou que Jane aparecia por ali acompanhada de uma outra rapariga que provavelmente seria do 1ºano de Universidade. Ele olhou-as.... a rapariga ficou estática a olhar para ele...arregalando os olhos, revelando todo um medo do rapaz moreno que limpava sem vontade alguma aquela sala.
- Fabiana. – Jane chamou-a à atenção pois a jovem havia ignorado suas palavras anteriores.
-Amh…sim...pois… Muito obrigada Jane! - sorriu timidamente e logo fez questão de demonstrar que quanto mais depressa dali ela fosse embora, melhor.
-Se precisares de ajuda amanha, basta dizer-me. – Jane falava simpaticamente para a jovem estudante.
- Sim, claro Jane. Obrigada! Até amanhã. – acenou um rápido adeus e foi embora.
Bill bocejou e decidiu que o melhor para si mesmo era retomar a sua limpeza aquele maldito chão, que naquele dia parecia criar mais sujidade conforme ele o limpava. Jane respirou fundo e aproximou-se cuidadosamente do moreno, dando passos de criança e estudado as “saídas de emergência” da sala de convívio, caso o outro tivesse a ideia de a atacar que nem uma besta selvagem ou coisa do tipo. - Que queres? – Bill falou asperamente para a rapariga e sem no entanto a olhar.
- …desculpa.... – respondeu automaticamente corada para Bill - Vinha apenas ver se está tudo bem. – engoliu em seco.
- Que achas miúda? – rosnou-lhe - Estou a lavar a merda deste chão, coisa que nem em casa eu faço. – encarou-a por fim. Da parte de Jane não houve um movimento ou uma única letra a sair daqueles lábios.
- Agora põe-te a mexer “menina de cristal” – voltou a lhe rosnar; Encarou Jane e começou a obriga-la recuar passo uma vez que ele empurrava-a do seu caminho, com a esfregona.
-Ok, ok. – falou nervosa enquanto encarava a esfregona de modo a impedir que esta lhe tocasse - Calma. Vou já… - deu mais alguns passos atrás e o moreno continuou a segui-la com a esfregona. Subitamente Jane acabou por escorregar devido à agua no chão, rapidamente o moreno precipitou-se para si e conseguiu segura-la pela cintura.
- Tens uma atracção por cair “menina de cristal”? – ele falou aborrecido e encarou-a.
- Podias simplesmente indicado que isto estava alagado em àgua. - disse indignada e suspirou.
Bill – Óh por favor! – balbuciou e revirou os olhos – Pisga-te. Estás só a me incomodar. – soltou-a e fez sinal que ela saísse da sala e Jane assim o fez.
Voltava para sua casa e logo distinguiu que Jane estava á porta da casa dele. Semicerrou os olhos e esforçou-se para ter paciência. A ultima coisa que ele precisava era que alguém o denuncia-se por “mal-tratos” a Jane. – Que queres aqui? – perguntou pesadamente.
- Nem vim falar contigo, portanto não te venho chatear. – ela respondeu com toda a sua coragem
- Hum, já sabes responder às pessoas. – zombou – Felizmente não me vez chatear e muito menos trazer-me mais problemas. – mostrou-se aliviado e a rapariga amuou um pouco.
- A tua mãe está em casa? – ela perguntou por fim. Bill voltou a encará-la.
- Que pretendes? Denunciar-me. E eu pensava que não me vinhas trazer mais problemas “menina de cristal”. – começou a se mostrar irritado com a sua vizinha.
- Não... - ela elevou um prato com um bolo - vim apenas dar a prenda de anos a ela! – sorriu timidamente e foi ver Bill a franzir o sobrolho incredulamente.
- Anos? – semicerrou os olhos e tentou recordar que dia era o actual
- A tua mãe faz anos hoje. – ela recordou-lhe – Mas creio que vindo de ti, é perfeitamente normal não o recordares, né. – respondeu ainda com toda a coragem que poderia ter em seu ser e acabou por encolher os ombros. Foi inevitável para Bill ficar boquiaberto – Enfim… - suspirou e encaminhou-se para o moreno, acabando por lhe entregar o prato que suportava o bolo.
-Por favor diz-lhe que é da minha parte e da minha mãe. – sorriu novamente e parecia orgulhosa daquele bolo. Afastou-se silenciosamente e acabou por entrar na sua própria casa. Bill entrou, a mãe não se encontrava em casa, ele deixou o bolo na cozinha e subiu até ao seu quarto.
Não era dos piores alunos do seu curso mas também não era dos mais bons, considerava-se “suficiente” mas com a aproximação de grandes trabalhos finais, Bill teria que se dedicar mais ao estudo e depois era agora obrigado a subir as suas notas. Estava em castigo, querendo ou não. Ele teria que fazer os trabalho para a Universidade mas movimentos no quarto de Jane, chamaram a sua atenção.
Olhou na direcção do quarto da sua vizinha e seus olhos instantaneamente se arregalar, tentou não dar atenção mas ficara fixo; chegou mesmo a inclinar a cadeira onde se encontrava sentado à sua secretária, para ter realmente a certeza do que estava a ver. Sua boa descaiu e seus olhos deveriam lembrar dois pratos rasos de tão arregalados que estavam de momento.
Jane encontrava-se apenas de roupa interior vestida e procurava impaciente algo no seu guarda roupa... observando e confirmando que estava a ver aquilo, de facto, Bill inclinou mais a cadeira atrás. - ..J..Jesus… - inclinou-se mais atrás e por fim conseguira pestanejar.
Foi então que Jane começou a vestir umas calças de pijama e depois a blusa que fazia conjunto, girando como uma pena a rapariga voltou-se para a janela e nesse preciso momento a cadeira onde Bill estava escorregou e o rapaz caiu secamente no chão do quarto. – Sheisse! – protestou e massajou a cabeça, de um ápice colocou-se de pé e voltou a olhar a janela da vizinha…as cortinas haviam sido fechadas e apenas sombras se notavam. - Merda da cadeira mais à puta que a fez e… - deu um pontapé na cadeira e fungou aborrecido.
Desde o momento que Jane entrara naquela Universidade, Jane sentiu logo o plano de “arrasar” com ela mesma da parte do grupo de amigos de Bill, suspirou pesadamente e tentou focar seus pensamentos em algo bom… estranhou o facto de Bill não lançar as suas típicas ameaças ou simplesmente indicar com gesto que Jane ia sobrer, portanto ela olhou a área onde aquela gente se encontrara, de todos os presentes o seu vizinho do lado era o único que se mantinha em silencio e nem parecia interessado em atormenta-la daquele dia.
- Bom Dia! – Gina anunciou-se a seu lado e Jane sorriu-lhe docilmente
- Bom Dia! – respondeu – E como foi ontem com o Tom? – quis logo saber
- …ainda não foi desta.- Gabi anunciou aborrecida e Jane simplesmente abanou a cabeça divertida.
- Creio que vai ser complicado, amiga. Terás que ser bem directa com ele. - referiu
- Também o acho. – suspirou – Viste a minha irmã? – começou a olhar em seu redor
- Não, ainda não. – acompanhou a melhor amiga no “procura-se”.
-Ah! Ali. – apontou a sua irmã mais em frente - Tenho que lhe dar o livro...já volto.... – informou Gina e logo correu dali para fora.
- Menina de cristal! – Tina falou na sua voz esganiçada de sempre assim que Jane passava mais perto do grupo com o objectivo de ir para o edifício da Universidade.
-Parece que ainda não partiste a cabeça. – Miguel falou de modo desapontado
- Podemos ajudar no caso. – Fabian comentou então e sorriu para Tina e Miguel, procurando apoio de ambos. Tina tomou iniciativa e juntou-se a Jane, agarrando-a pelos cabelos e puxando Jane com alguma agressividade, obrigando a jovem a segui-la obedientemente.
- Vá…agora ladra! – Tina ordenou desdenhosamente – Depois rebolas no chão, ok. – muitos alunos observaram a cena e passavam a comentar entre si, tantos outros riam e o grupo de Bill fazia questão de fotografar com os telemóveis e enviar como mensagem geral. Jane esforçava-se para não chorar e sem sucesso em libertar os seus cabelos da mão de Tina.
-A cadela parece meio desobediente ainda, Tina. – Miguel comentou - Puxa mais... –assobiava e batia palmas, parecia um autentico circo que ali acontecia.
-Por favor. – Jane apertava seus olhos, contento suas lágrimas - Estás a magoar-me, por favor, solta-me... – a primeira lagrima surgiu.
- Tu ladras! – Tina gritou-se – Vamos! Mexe-te. – deu um puxão mais violento ao cabelo da outra.
- Óh…meu… - Miguel já chorava a rir.
- Olha, olha… - Fabian apontou o rosto de Jane onde as lagrimas eram cada vez mais notáveis – Cadelas choram! – gritou que nem uma criança. Jane apenas chorava, esforçava-se por soltar seus cabelos das mãos de Tina, mas só servia para magoar-se mais ainda; sabia que todos em redor a observavam e que muitos se divertiam. Gente infantil que apreciava tudo aquilo, ninguém a iria ajudar e sentia que ia sofrer mais ainda às mãos daquele grupo.
- Já chega! – Bill gritou de súbito. Os alunos que testemunhavam a situação, encolheram-se de medo e seguiram seus caminhos; o grupo do moreno olhou-o surpreendido.
- O quê? – Tina balbuciou
- Pára com isso. – ordenou o moreno a ela e claramente estava a falar a sério. Tina acatou o pedido de Bill, afastou-se da outra rapariga e ainda olhava surpresa para o moreno.
- Ó vá lá Bill agora que estava a ser divertido. – Miguel resmungou chateado
- Inferniza-se a vida da rapariga mas magoar não é aceite. – Bill falou então
- Wow…esse castigo deve realmente ser mau. – Fabian comentou. Bill caminhou na direcção de Jane, agarrou-a pelo braço e arrastou-a consigo e para bem longe do seu grupo.
- Vá, vai embora! – soltou-a e nem se atreveu a olhá-la, Jane pestanejou surpresa.
- O..Obrigada. - disse
- De que estás à espera? – olhou-a de relance – Pira-te! – voltou-lhe costas e regressou para junto do seu grupo.